Quando julgamos que o nosso avanço espiritual se encontra obstruído por causa de pessoas ou situações negativas que vivemos, isso se constitui num “prato” cheio para o Diabo, pois dessa forma ele consegue encher-nos do tipo de emoções que nos fazem sobrecarregados de cuidados.
Se não mantivermos os olhos de nosso espírito bem focados em Deus, através da Sua Palavra, nessa condição o Inimigo terá o espaço que precisa para agir, e dessa forma ele procurará conduzir-nos para a frente errada do combate.
Porém, no dia em que decidirmos romper com a educação carnal, entregando-nos sistematicamente à Oração Sobrenatural em Outras Línguas e a momentos de Adoração Pessoal começaremos a ser reeducados na Justiça, e aquele formato carnal que foi absorvido pela nossa alma - em seus pensamentos, emoções e desejos - será substituído pelos padrões de Deus, apropriados aos valores espirituais e eternos.
E o resultado - quando tivermos dado um passo para fora desse tipo de educação emocional, de acordo com nossa sociedade decaída e valores carnais - será adentrarmos ao inimaginável Lugar em Deus de muita Paz e Alegria; Lugar onde falaremos e Ele nos responderá prontamente: “Eis-me aqui”!
Lugar também onde todos os cuidados se dissipam, onde não carregaremos nenhum tipo de preocupação, pois se trata daquela condição maravilhosa em que Jesus viveu, e que depois de pagar o preço de nossa Redenção, sacrificando-Se em nosso lugar, ofertou-a a nós. Observe que Ele disse acerca disso: “Na casa de meu pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde Eu estou, estejais vós também” (Jo 14:2,3).
Podemos constatar isso na vida de João que se encontrava preso, isolado, privado da convivência dos irmãos e da família, porém, ainda em meio a toda a turbulência ele tinha consciência de algo maior do que as circunstâncias que o cercavam. Observemos que ele disse ACHAR-SE fisicamente na Ilha, mas, igualmente diz – e sabemos que principalmente - ACHOU-SE também em outro lugar; um Lugar Mais Elevado: EM ESPÍRITO. Diz-nos ele:
Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, ACHEI-ME na ilha chamada Patmos, por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus. ACHEI-ME em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês, escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sades, Filadélfia e Laodicéia (Ap 1:9-11).
E isto é tudo o que precisamos verificar em nosso dia a dia: onde nos encontramos em termos de nossa vida espiritual: na carne, nas emoções, nos valores confusos da alma, ou no espírito - que é estar em sintonia com o Espírito de Deus que habita em nós, isto é, em nosso espírito renascido, onde Ele Se move, como nos informa a Palavra: "(...) aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele" (I Co 6:17).
Normalmente quando não estamos no espírito, estamos na carne. Entretanto, a Presença do Espírito elimina a confusão e a dúvida, por isso João estava bastante lúcido, sóbrio, vendo as coisas como de fato são - debaixo da ótica de Deus – diferentemente de nossa geração de cristãos que acometidos por ataques do Inimigo de muito menor intensidade, deixamos a Verdade na penumbra, ficando muito mais conscientes do problema do que da vitória conquistada por Cristo!
Nesse Lugar Espiritual onde João se refugiou em meio aos sofrimentos é onde sabemos que somos mais do que vencedores por meio dAquele que nos amou! É ali que recebemos Conselhos de Deus, onde - apesar das turbulências - nos achamos também no Reino, e apesar das oposições, continuamos avançando, não sendo empurrados para trás, tendo o Conselho dEle, que diz: “Paz, Alegria, Amor, seja com você pois Eu estou cuidando de tudo”!
Nosso grande problema é que ao lermos a Palavra ela nos encontra fora do seu ambiente e nós não podemos receber a nutrição advinda dessa leitura porque o que está em evidência, o que está mandando, o carro chefe não é o espírito, pois não o deixamos guiar-nos, não ficando calma, serena e sobriamente atrás dEle!
Não ficamos diligente, cuidadosamente insistindo, perseverando pelo caminho estreito, que é estreito porque nem todos o encontram; não é estreito por causa de Deus, mas porque não somos afeitos a Ele, não tendo intimidade com esse Caminho, pois não nascemos originalmente nEle - nós renascemos nEle!
E por atendermos às rebeldias da carne e da alma, nos encontramos – na maior parte do tempo - fora desse Lugar de Poder e Vitória, onde o Diabo alcança vantagem sobre nós, posto ser o lugar da dúvida, da confusão, dos desatinos, movendo-nos pelos ímpetos emocionais, e o que nos dá vontade de dizer é o que falamos, sem nos importarmos se estamos falando em linha ou contra a Verdade da Palavra de Deus.
Quando damos passagem a esse tipo de sentimento, estamos concedendo à carne a permissão de tomar conta de tudo – mas, não deveria ser assim!
Paulo disse que a Palavra de Deus nos foi dada para sermos educados na Justiça. Somente quando entrarmos nesse tipo de educação espiritual é que a nossa alma poderá responder pronta e plenamente aos apelos da Justiça; e quando o Espírito falar, obedeceremos rapidamente, e então, desfrutaremos do mesmo que João desfrutou!
Sabemos que, de qualquer forma, o Diabo - em toda perspectiva de avanço de nossa parte, em todo passo que dermos em direção a Deus - procurará colocar obstáculos na nossa caminhada de cristão. Daí a interessante expressão “companheiro vosso na tribulação”.
O que muito me admira - analisando a situação de João - é verificar que embora já estando muito adiante de nós - povo de Deus deste século – ele tinha consciência de que era necessário continuar cultivando a prática de princípios como o da Perseverança. É como se ele estivesse dizendo: “Irmãos, vocês que julgam que eu tenha chegado ao lugar mais alto da fé - ainda mais agora, depois das revelações do Apocalipse - saibam que ainda enfrento oposições, pois o Diabo continua procurando atrapalhar-me”.
O Inimigo gosta de nos manter ocupados com coisas menos valiosas, porque ele sabe que a Vida que Cristo disponibilizou para seus filhos - se perseverarmos em permitir que Ela tome conta de nós – vai tornando-nos cada dia mais livres de vícios pecaminosos, dos mais grosseiros aos mais sutis, e à medida em que o Espírito Santo vai tornando-nos livres dessas coisas, vamos sendo conduzidos a esse Lugar, aumentando, assim, a nossa condição de servir, e o nosso testemunho vai tornando-se mais efetivo, tendo mais impacto sobre as pessoas, e a nossa Chamada começa a ter plena eficiência.
O Apóstolo Paulo diz: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas, uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:13-14).
Assim, conseguimos ver para onde Cristo está chamando-nos; conseguimos ver para onde o Seu Espírito está indicando, e conseguimos ver o Prêmio da Soberana Vocação - Prêmio esse que é um Lugar de maior Liberdade em Deus para servir.
Mas, enquanto o Diabo consegue manter-nos nessas conversinhas vãs, nessas discussões tolas, com estes sentimentozinhos pequenos, baixos, ele também consegue manter-nos longe do Lugar refinado, onde poderemos ser achados em espírito. Que coisa extraordinária, irmãos, um homem exilado, sozinho num lugar, numa Ilha da qual não podia sair, ainda assim achar-se em Deus! E quando alguém se acha em Deus, nesta imensidão que Ele é, então, para onde se virar, o Espírito Santo é capaz de decifrar-lhe a vida, de modo que essa pessoa consegue compreender o que está acontecendo.
Ao contrário disso, é uma tragédia ficar tanto tempo na Igreja e quando as coisas vêm sobre nós, não entendermos o que esteja acontecendo!
Nós - do século 21 - se estivéssemos nessa situação de isolamento completo e de total desamparo humano estaríamos perguntando: “Por que Jesus? Sempre procurei fazer as coisas direito!”...
No entanto, com João, não foi assim! Ele não reagiu de tal modo, mas queria saber onde estava espiritualmente; queria saber Quem mandava na sua vida, o que estava acontecendo com ele, e concluiu: - Sabe de uma coisa? Estou em espírito!
Não há lugar melhor para se estar do que em espírito. Aquela experiência de solidão, abandono e completa falta de tudo não o encontrou num lugar de desatino, ansiedade, preocupação, com a mente presa naquele lugar. Acho que conseguimos entender a razão porque o apóstolo disse de si mesmo: “Paulo, prisioneiro de Cristo”. À semelhança de João, ele também estava dizendo: “Sabe de uma coisa? Não estou preso, mas, livre - num lugar chamado Cristo Jesus, porque preso em nEle significa estar livre do ódio, da dúvida, da incredulidade, da confusão emocional, da carne, do Diabo”.
Tudo o que cada um de nós precisa saber é em que Lugar espiritual está movendo-se: num Lugar carnal, emocional, meramente Psicológico, ou movendo-se em Deus, onde a vida é explicada de modo que para onde nos viremos vemos a Vida! Entretanto, se as coisas são incógnitas, são interrogações, de modo que para onde nos viramos há uma interrogação “Por que isso, por que aquilo?” – estamos em um lugar ruim para vivermos!
Porém, há boa notícia: nós também podemos nos achar em espírito, neste Lugar de Liberdade onde compreenderemos a vida e teremos um bom relatório dentro de nós. Apesar de as dificuldades continuarem - “Companheiro na tribulação” -, e apesar de a turbulência não ter passado ainda, traremos um bom relatório dentro de nós, que é o Espírito Santo confortando-nos, consolando-nos, enchendo-nos, fazendo-nos transbordar de alegria e Paz que vem dEle. Isso é o que conta!
Quando Jesus disse: “Para que onde eu estou” era uma Condição, Lugar onde Ele vivia, Lugar daquele barco em meio à tempestade. Lugar espiritual que João está ocupando agora, e que nós ocupamos!
Mas não adianta saber só na teoria e na hora em que o vento soprar, em que a tempestade vier... Pedro disse que daria a própria vida por Jesus, mas, na hora.....
Jesus disse: “Dará? Não é isto que estou vendo, Pedro”!
Façamos uma leitura do comportamento de nossa Sociedade deste século 21. Não é o Presidente República que dará cabo desta situação. Convenhamos! Estamos inseridos na pior Geração de todos os tempos, e precisamos desse ambiente Sobrenatural dentro de nós para - em meio à tribulação - perseverarmos com consciência de que estamos no Reino.
O que dizer? “Se morrer e estar com Cristo é incomparavelmente melhor...” – disse Paulo! Entretanto, tem que ficar incomparavelmente melhor para nós! Precisamos aprender a ler o que os jornais estão falando, e tomar posse de que Jesus - com Sua Morte e Ressurreição - comprou esta condição de entrarmos no ambiente da própria morte e olharmos bem dentro dos olhos dela e dizermos também, como Ele: “Onde está, ó morte, a tua vitória (...)?” (I Co 15:55a).
Parece loucura, e neste texto foi isso mesmo que o apóstolo disse que parece: “Porque se enlouquecemos é para Deus - porque para a mente natural é loucura, então, se enlouquecemos é para Deus - mas se conservamos o juízo, é para vós outros. Pois o Amor de Cristo nos CONSTRANGE - nos chama, nos convida a entrarmos neste lugar, a não ficarmos presos nestes questionamentozinhos que inventamos, revolvendo-nos na lama, como aquela criança estúpida, que os pais chamam com insistência para deixar aquele lugar sujo! O amor de Cristo nos constrange - julgando nós assim: um morreu por todos, logo, todos morreram – Aleluia! - E ele morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si mesmos (...)” (II Co 5:13-15).
Entretanto, viveremos para lamentar, se continuarmos vivendo para nós mesmos.
Certamente somos a geração mais próxima do tempo anunciado por Jesus Cristo, contudo, o povo de Deus está despreparado para esse momento.
“Quando disserem: Paz e segurança – disse Paulo – eis que lhes sobrevirá repentina destruição (...)” (I Ts 5:3a). Isso nos foi dito porque às vezes as coisas parecem estar controladas, mas estamos vendo que a Polícia não está dando conta do que seria sua responsabilidade!
Porém, Jesus disse: “(...) ao começarem estas coisas a suceder exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima” (Lc 21:28).
Quer dizer, irmãos, que ao invés de dizermos: “Ai, ai, ai, o que farei da minha vida?” deveremos dizer: a nossa Redenção está agora mais perto do que esteve em qualquer outro tempo. Aleluia!
Sabemos que se há uma pessoa que poderia choramingar diante de uma situação de extrema perplexidade é o Apóstolo João, porém, exatamente por se encontrar em espírito, ele pode exultar tanto que assistiu a todo o quadro da Redenção até o fim de todas as coisas. Então, já que o segredo é esse, vamos a ele:
“(...) andai no Espírito e jamais satisfareis a concupiscência - o desejo ardente - da carne” (Gl 5:16).
E em lugar de tal satisfação, diz Paulo: “(...) o fruto do Espírito é: (...)” (v 22), ou seja, o que o Espírito produz - pois a comunhão com Ele, a relação com Ele produz um fruto, o qual deverá ser por nós conferido no ambiente em que estivermos vivendo; em que estivermos empreendendo nossa luta; onde estivermos movendo-nos; onde estivermos militando; onde estiver o campo do nosso interesse; onde estiver nosso esforço, para verificarmos na nossa convivência familiar, na Igreja, no trabalho: é este tipo de fruto que estamos produzindo – o do Espírito?
Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, que veja e ouça; quem pode discernir sua própria vida, que a discirna. O fruto é este: Amor, Paz, Alegria.
Quando João diz que se achava em espírito, ele sabia o que isso significava. Certamente ele estava dizendo: “Eu me acho no Amor crescente em Deus. É o Amor dEle que está me envolvendo, o qual não me deixa confuso”! Sim, somos guardados e protegidos pelo Grandioso Amor de Deus que é derramado em nosso coração (Rm 5:5)!
Então, deveremos perguntar a nós mesmos: eu tenho me achado neste lugar onde o Amor é estravasante? Como vejo o defeito dos irmãos, daqueles que não conseguem crer, entender? Como tenho visto? Eu caminho julgando e condenando?
Irmãos, o amor não julga nem condena. O Amor serve e põe um avental e lava os pés do carnal, pois foi assim que Ele fez.
O lugar de medir onde estamos espiritualmente é em nossos relacionamentos interpessoais, verificando o fruto que produzimos neles. Se nos encontramos no espírito, então, o Amor tem que estar crescendo; a convivência tem que estar melhor! O Amor é paciente, bom, nunca arde em ciúmes, nunca se envaidece, nunca mantém a raiva, nunca permanece ressentido, nunca faz cobrança.
E aí, irmãos, o Amor está crescendo? Se a nossa resposta for afirmativa, então, estaremos no espírito.
Não faz muito tempo - durante uma das minhas conferências - fui visitar uma Irmã que foi poderosamente usada por Deus em Milagres e Curas, e que estava sofrendo de Insuficiência Renal.
Mesmo enferma ela pode orar por pessoas na mesma condição, e houve um caso em que a pessoa estava enfrentando o mesmo problema renal; quanto ela impôs as mãos, a outra foi instantaneamente curada!
Naquela tarde - enquanto ouvia o relato de tantos milagres operados por aquela irmã - o Espírito de Deus começou a ministrar ao meu coração, mostrando-me a diferença entre o Dom que opera em favor do outro e a ação de sua própria fé, quando o crente tem de enfrentar uma montanha e precisa removê-la.
Saí - daquela visita - boquiaberto com o que Deus falou ao meu coração, enquanto ouvia os testemunhos de poder e milagres operados por intermédio daquela irmã que agora estava morrendo, mesmo com tanta gente de fé tendo orado por ela - inclusive eu!
Compreendi que a Despensa de Deus é um grande depósito de Cura, Milagres, Prosperidade e de tudo o que necessitamos.
Dessa Grande Despensa podemos servir aos necessitados, e a maneira dEle fazer isso é capacitando-nos a fluir em algum precioso Dom, a fim de atender aquele que precisa.
Porém, quando se trata de nós mesmos - Filhos do Reino - não deveríamos julgar que Ele irá curar-nos simplesmente porque somos hábeis em servir como Despenseiros em favor do outro, pois quando se trata de nossa necessidade pessoal, nossa cura virá através do Relacionamento, lançando mão do que se encontra na Dispensa e sendo restaurados apropriando-nos dela, pois nosso Pai já vem por muito tempo ministrando a Palavra ao nosso coração e espera que nos apropriemos do milagre por este caminho, e não esperando alguém vir orar por nós, ou mesmo que de alguma forma Deus Se compadeça pelo fato de estarmos servindo-O fielmente e venha em nosso socorro!
O que saltou aos meus olhos nesse episódio foi a enorme responsabilidade que temos quando nos expomos à Ministração da Palavra, e com que seriedade Deus encara esse fato!
Se temos estado escutando a Palavra, mais responsáveis vamos ficando! Deus não está brincando conosco. Ele inspirou Apóstolos e Profetas, os quais deixaram o registro da Verdade para a obedecermos, desfrutando seus resultados e vencendo sempre. Muitos, porém, não estão dando a devida importância à sua própria prática, achando que de alguma forma Deus dará um jeitinho.
Assim, percebi que aquela irmã havia se perdido em meio às operações de Deus em seu Ministério pessoal, descuidando do seu próprio relacionamento com o Senhor, alimentando-se do precioso Dom que nela operava para servir; mas, quando precisou pessoalmente da cura, não sabia que a mesma viria pela sua própria reivindicação como filha - não como serva.
É um risco expor-se ao aprendizado da Palavra de Deus, sem, contudo, colocá-la em prática, pois a expectativa de Deus é que compreendamos que realmente o que Ele tem para nós é o melhor!
E às vezes julgamos que pelo fato de servirmos a Deus fielmente no Dom que dEle recebemos, Ele tem a obrigação de nos curar, e achamos que a cura chegará ao nosso corpo automaticamente; mas, não é assim que funciona.
A Unção Ministerial, a Capacitação para servi-lO no Dom que recebemos não é o instrumento com o qual Deus curará a cada um de nós, mas Ele nos cura individualmente com a Unção de filho, a qual vem através do relacionamento. É nesse ponto onde muitos cristãos se atrapalham.
Já vi muitos deles morrerem prematuramente por não distinguirem essa diferença! Morreram magoados e frustrados com Deus por não os haver curado, enquanto a cura já pertencia a eles desde sempre, mas eles não conseguiram se apropriar da mesma, imaginando que por servirem a Deus fielmente, Ele estava cuidando de tudo isso.
Se temos estado escutando a Palavra, mais responsáveis vamos ficando! Deus não está brincando conosco. Ele inspirou Apóstolos e Profetas, os quais deixaram o registro da Verdade para a obedecermos, desfrutando seus resultados e vencendo. Muitos de nós, porém, não estão dando a devida importância à sua própria prática, achando que de alguma forma Deus dará um jeitinho.
Deus encara seriamente quando Ele Se dirige a nós com uma Palavra! E aquela para a qual recebemos o entendimento num determinado momento temos que correr atrás, pois o mesmo Espírito que trouxe a Palavra também nos explica porque não entramos nela – se quisermos saber! Não há desculpas devido a desatinos e problemas do passado em nossa vida. Não há qualquer dificuldade - Ele conserta. Não há desculpa para negligenciarmos o aprofundamento da revelação até que a experimentemos na prática!
Aprendamos uma coisa: nem tudo o que temos em nossa cabeça em termos da Palavra é tudo o que nós temos. Porém, é necessário não somente ouvir - colocar em prática deverá ser o passo posterior!
Sendo assim, todo entendimento da Palavra a nós ministrado deve ser encarado com a devida seriedade, para - quando a tempestade bater à nossa casa - não ficarmos apavorados, nem confusos, muito menos frustrados com Deus - como se Ele estivesse falhando conosco!
Paulo disse que a Palavra produz um Fruto que significa um resultado. E se ela produziu Amor, produz também Alegria, Paz. Então, em meio a essas circunstâncias adversas e problemas do dia a dia, é isso que vamos ter. Se não estamos tendo, devemos admitir que não temos; e se não temos, perguntar por que não temos?! Onde tem andado a nossa cabeça, nossos olhos, línguas; onde têm caminhado nossos pés? Onde têm transitado nossos sentimentos? Onde está nossa crença, nossa fé?!
Pode parecer estranho, mas se a nossa fé está naquele lugar incerto que nos leva a afirmar: “Vamos ver se dá certo”, precisamos enxergar agora, admitir agora, porque quando vier a tempestade batendo à nossa casa, ela estará bem construída sobre a Rocha da Prática da Palavra de Deus, e por isso não será levada com as demais!
“Se vivemos em Espírito, andemos também no Espírito. Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros” (Gl 5:25-26).
Se vivemos no Espírito, isto é, se a vida está no Espírito Santo, tratemos de andar nEle, sentirmo-nos nEle, vermo-nos e nos movermos nEle, que é o nosso Guia.
Antes de empreendermos qualquer tarefa deveríamos perguntar: - Esta é a direção dEle para minha vida?
E ao percebermos em nós mesmos um fastio pela Comunhão com Ele, indagar: - Por que estou sem querer adorar? Por que estou tão agitado e quando vou para a Sua Presença não quero nEla permanecer? Por que fujo desse Lugar?
O Problema é que nós nos deixamos levar por tais atitudes, fazendo de conta que não as enxergamos, que isso não está acontecendo conosco e, conformando-nos à situação, assentimos: é assim mesmo...
Mas, na realidade, não é assim mesmo, nada, irmãos! A vida espiritual é Real. Se estivermos no Espírito, a primeira pessoa a saber, será cada um de nós mesmos.
Devemos seguir o caminho de João e nos acharmos também em espírito, porque ali Jesus também falará conosco, dizendo: “O que você vê, escreva – grave, registre, guarde”!
Se nos encontrarmos no Espírito veremos Jesus antes que aos nossos problemas e desafios, porque Ele desembaraça nossa vida.
Entretanto, “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor” (Ap 2:14) – João escreveu.
Jesus está reclamando a falta daquele Amor simples que confia, que não questiona – uma fé que opera com simplicidade.
É que no decorrer de nossa caminhada vamos arranjando tanta bugiganga e tranqueira que não tínhamos no início...! Dificultamos até o simples fato de recebermos algo do Pai, pois deixamo-nos possuir de desconfiança, de justiça própria, e abandonamos a simples fé, como a de uma criança inocente que simplesmente recebe aquilo que é ofertado pelo pai - sem questionamento.
Além disso, vamos andando com algumas pessoas que já abandonaram o primeiro Amor, e achamos que não é bem daquele jeito como vivíamos nos primeiros dias de caminhada com Jesus: Onde ela tropeça, nós tropeçamos; onde ela manca, mancamos também; mas, Jesus está chamando-nos de volta...
... para Ele!
A pessoa lúcida é aquela que se encontra em Deus e consegue fazer uma leitura de seus procedimentos, suas circunstâncias, sabendo o que se passa em nossa Sociedade. Ninguém vai dar jeito neste velho Mundo, entretanto, se tem algum ser que pode fazer algo, esse é a Igreja!
Em espírito, OUVI – disse João; o que equivale dizer que quando nos achamos no Espírito, ouvimos, escutamos!
Isaías falou que Deus lhe tinha dado Língua dos eruditos; mas, antes disso Ele lhe deu ouvido para ouvir: “O Senhor Deus me deu língua de eruditos, para que eu saiba dizer boa palavra ao cansado. Ele me desperta todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que eu ouça (...)” (Is 50:4).
Não foi diferente com João, que - embora tenha visto uma enorme cena dividida em muitos atos, o que compõe todo o Livro do Apocalipse – inicia sua visão fazendo ressalva ao que escutou:
“Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz - uma voz inconfundível - como de trombeta” (Ap 1:10).
Era Jesus dizendo: escreva.
João viu Sete candeeiros que são as Sete Igrejas. Ele viu a Igreja porque ela é a resposta. Sou a resposta para esses dias.
O que importa não é o que o Diabo lança sobre nós, mas em que condições seus ataques nos encontrarão: na Carne, ou no Espírito. Que os mesmos nos encontrem sempre imbatíveis – sempre no Espírito!
Eurípedes Soares
Um Servidor do Reino de Cristo
